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Práticas do Coletivo AND
Foto/Photo: Amanda Morais
AND Collective Practices
Fernanda Eugenio & Coletivo AND
Estas práticas podem integrar eventualmente a Programação do nosso Espaço, e algumas estão também abertas no nosso Calendário para pedidos de agendamento de sessões experimentais online.
PRÁTICAS DE CUIDADO
Fernanda Eugenio, Iacã Macerata, Ruan Rocha & colaborações de Mariana Ferreira
As Práticas de Cuidado consistem na investigação vivencial das aplicações do MO_AND na Clínica com a Subjetividade e, reciprocamente, na explicitação da dimensão de cuidado e do sentido clínico inerentes ao exercício do MO_AND. Desdobram-se a partir do interesse em investigar os efeitos de cuidado e de produção de subjetividade presentes nas práticas do MO AND, experimentando a potencial modulação da materialidade dos funcionamentos subjetivos, bem como performando uma abordagem sensível e situada da subjetividade enquanto corporeidade.
Posicionando-se na injunção entre a etnografia, a arte, os estudos da subjetividade, a psicologia, a saúde coletiva e a clínica psicanalítica, o MO_AND constitui-se como recurso conceitual e metodológico para a produção do cuidado. A partir da reciprocidade entre MO_AND e práticas de cuidado, buscamos conceber, formular e propor dispositivos de operação e produção coletiva do cuidado.
A possibilidade do uso clínico transversal das ferramentas do MO_AND forja uma noção de cuidado que faz desviar a noção de cura da sua habitual função de restabelecimento da ordem, ao ser capaz de (re)performar, a cada vez, a sintonização entre o si e o seu entorno, entre o próprio e o outro, entre o singular e o comum, entre o individual e o coletivo, entre o íntimo e o político. Além disso, desloca as práticas de cuidado da ação técnica do especialista - do saber formal anterior à relação, re-situando-as como ética implicada do e no comum, ou seja, como uma modulação das políticas de convivência. Tal noção de cuidado portanto engloba e inocula a cura como prática de curadoria, colocando em um mesmo plano de reciprocidade o contínuo e sempre situado manuseamento das formas coletivas do acontecimento e das forças infinitesimais do desejo.
Trata-se de uma rede de agenciamentos que (se) faz (n)um espaço relacional ou território de relação, constituído por três planos mutuamente implicados: o entre-si, uma relação de si para si, em cada vivente envolvide; o entre-nós, uma relação entre nós, viventes envolvides; e o entre-muites, uma relação entre viventes e artefatos, paisagens, elementos inumanos.
Tradicionalmente usadas para produzir sentido-significado, as práticas de cuidado são aqui re-generadas para produzir um sentido-direção de criação e de co-implicação, entre o cuidado de si e o cuidado do entorno geográfico, social e político. Na medida em que emergem como uma modulação do viver juntes, (re)performam de modo co-emergente o si e o entorno, concretizando-se enquanto política de reciprocidade na relação com o acontecimento: descentram a narrativa do sujeito que explica ou é explicado, permitindo uma transferência de protagonismo para o acontecimento. As Práticas de Cuidado, portanto, reposicionam o sujeito desde o plano do explicável para o plano do inexplicável, logo para o plano da implicação.
No âmbito do AND Lab, as Práticas de Cuidado são pesquisadas de diversas formas, subdividindo-se entre práticas regulares e duracionais com membres e praticantes assídues do MO_AND, e aquelas pesquisadas com participantes de atividades e proposições do AND Lab ao longo do ano. Actualmente estão em curso em 6 zonas de atuação:
1. Inter-reparagem (entre membres do AND Cuidado)
Reuniões-pesquisa entre membres do AND Cuidado que se dedicam a inventariar os efeitos analíticos e de reposicionamento subjetivo emergentes das práticas de cuidado com o MO_AND. Constitui-se numa rede alargada de suporte e testemunho, que cuida do cuidar, acompanha o acompanhar, assiste o assistir, frequentando afetos vividos longitudinalmente às atividades, oficinas, reuniões, cursos e workshops do AND Lab. Nesses encontros pesquisamos também a explicitação de um plano transversal, colocando em relevo as implicações e co-incidências entre o AND Cuidado e a constelação AND Lab, frequentando questões, possíveis formulações e proposições-intervenções in situ.
2. Inter-reparagem (com a Direção do AND_Lab)
Trata-se de uma pesquisa-proposição-intervenção junto à Direção do AND Lab em cujos encontros exercitamos coletivamente o Reparar (n)as múltiplas modulações entre o AND Lab, seus membros e membras, e as atividades que desenvolvem, frequentando temas informantes da sustentabilidade, planejamentos e sensibilidades estratégicas, e cuidados reparadores.
3. Encontros do Coletivo AND
Quinzenalmente pesquisamos os efeitos e intervenções de curadoria in situ no âmbito do Coletivo AND, acompanhando processos que envolvem os núcleos do AND Lab no Brasil e membres assídues do AND Lab.
4. Jogo-Escuta Individual
O Jogo-escuta individual é uma prática de pesquisa e tem se constituído simultaneamente como dispositivo de cuidado que adota o Modo Operativo AND como modulador da escuta, a partir do desdobramento de uma experiência de jogo. É voltado para praticantes regulares ou esporádicos do MO_AND, desde que tenham tido contato prévio com a metodologia. O Jogo-escuta se inspira na metodologia da entrevista cartográfica de modo a co-produzir em ato uma experiência sensível com base numa vivência de jogo. Adota o Reparar (n)a vivência, explorando o Quê, Como, Quando-Onde do vivido. O Jogo-escuta consiste num jogo de posição-com a matéria subjetiva mobilizada em jogo. Pode ser iniciado a qualquer momento por qualquer praticante do MO_AND.
5. Jogo-Conversa
O Jogo-Conversa se trata de um dispositivo de investigação vivencial que adota o Modo Operativo AND como modulador da Conversa, fazendo da mesma o plano de jogo. Resulta do desdobramento do plano do tabuleiro para o plano da conversa, sendo o seu limite não mais traçado fisicamente por uma fita, mas sentido pela tangibilidade da fala e da escuta. O Jogo-Conversa visa à pesquisa frequentada das diversas modulações do falar e do escutar, e como elas concorrem em ato na constituição da conversa como plano do viver juntes. No Jogo-Conversa, a fala se performa como tomada de posição, e o escutar, como Reparar, fazendo da conversa o plano do versar-com, o plano comum . Como prática de pesquisa, inscreve-se como dispositivo de cuidado em grupo e pode ser praticado junto das proposições do AND Lab, em cursos, oficinas, workshops e laboratórios.
6. Pesquisa interinstitucional com a Universidade Federal Fluminense – Rio de Ostras / Brasil
Pesquisa realizada entre o AND-Lab e o Departamento de Psicologia do Instituto de Humanidades e Saúde da Universidade Federal Fluminense, intitulada “A dimensão de cuidado do MO_AND: contribuições para uma clínica de território”, onde se investiga a experiência da prática do MO_AND a partir da abordagem enativa de Francisco Varela. A pesquisa busca validar a prática de jogo do MO_AND como prática de transformação, produtora de cuidado e de formação para o cuidado, circunscrevendo a relação entre o Modo Operativo e a experiência subjetiva.
A dimensão de cuidado do MO_AND - II Bienal Jogo e Educação 2020
MO_AND como Jogo de Competência Ética
Práticas de Re-mediação
Fernanda Eugenio, Manoela Rangel e Pat Bergantin
Constituem-se enquanto campo de investigação sensível de vias de (re)conexão entre práticas artístico-somáticas, uma espiritualidade politizada e uma política espiritualizada.
Enquanto gesto político de reconectar o que o pensamento dual inscreveu como separado, as Práticas de Re-mediação fazem-se práticas de en/incorporação da des-cisão, (a)firmando a ligação com outros campos e integrando os planos que o pensamento moderno cristalizou como 'natural' e 'sobrenatural'. Isto será o mesmo que lembrar sensivelmente que tudo que está fora está dentro, e vice-versa, num exercício de des-identificação radical e de transicionalidade do Eu.
Partindo dos recursos e ferramentas que compõem os jogos com o corpo-território do Modo Operativo AND, em especial das práticas de (auto)etnografia sensorial, ANDbodiment e Jogos de Comparência, as artistas propuseram-se a acompanhar-se reciprocamente 'movendo forças', de modo a investigar mais de perto manifestações da ordem do etéreo que vinham se tornando frequentes sempre que tais jogos eram ativados em workshops e labs do MO_AND.
Com o desejo de re-conhecer (conhecer de novo) o que (não) sabemos - este plano em que espiritualidade, natureza e ancestralidade formam um todo indiviso -, a pesquisa se ancorou na dupla valência da operação da re-mediação: re-mediar é voltar a juntar o que estava desligado e é, também, curar, dar jeito e/ou remédio. Esse duplo sentido comparece quando damos passagem a três desdobramentos contemporâneos ao acontecimento: o corpo que é atravessado (forma-imediata), o corpo que atravessa (força-afeto), e o corpo travessia (forma-força-canal). Em estado de travessia-atravessamento-atravessade, os eventuais pontos que pareciam estar desconectados podem se re-ligar e a cura da re-mediação, até então, tem se manifestado em também três modulações: a cura através do corte, a cura através do antídoto, e a cura através da dádiva.
Propondo pesquisar, em nossos próprios corpos-territórios, o espectro das frequências vibracionais que nos atravessa e constitui, as Práticas de Re-mediação interrogam, através da vivência, a possibilidade de sintonizarmos com a multidimensionalidade co-participativa da Vida, de dar passagem à sua manifestação, e de estarmos lá para ela, com uma capacidade ativa de senti-la, honrá-la e reconhecê-la.
As práticas são partilhadas, em sessões individuais ou coletivas, através da ativação de um circuito que vai das 'águas da terra' - o Lago, o Mar e o Rio - às 'águas do céu' - as Chuvas, convidando as pessoas participantes a experimentarem operar micro-gestos de re-mediação em seus próprios campos energéticos.
Três meios percorrem os exercícios: os meios de liberação - localizando e desbloqueando chaves de acesso para construir o corpo de travessia; os meios de canalização - exercitando-se enquanto canal transpessoal e constituindo campo para a aparição da questão a ser curada; e os meios de serviço - desobstruindo curas possíveis e disponibilizando caminhos para gestos de reparação que, através da concretização no ínfimo, possam, quem sabe, aos poucos reverberar mais vastamente.
Ancorar
Flora Mariah
Ancorar é uma prática de pesquisa do corpo focada em investigar mais especificamente a pelve, que vem sendo desenvolvida por Flora Mariah como um desdobramento do projeto RABA POWER, numa tentativa de organizar e aprofundar todo material levantado desde 2018. Nossas ancas carregam camadas e mais camadas de história, nossa e de nossos ancestrais que são passadas de geração em geração. É uma zona do corpo historicamente marginalizada, o que faz com que partilhemos encarnações de violências e silenciamentos. A aposta desta pesquisa é que, através de um trabalho focado na pelve, podemos acessar memórias, liberar tensões e traumas e nos reconectar com aquilo que nos dá suporte tanto mecânico, quanto emocional. Trabalhar nossa base e entender sua conexão estrutural com o corpo como um todo nos garante o suporte necessário para apoiar nossas escolhas, nossas direções e nossos desejos na vida. Mergulhar nesse mar e mover essas águas tão profundas é um movimento de resgate de si mesmo, mas não só, é também parte de um processo coletivo de cura e descolonização de nossas corpas. Um mergulho que exige coragem para tocar naquilo que dói, naquilo que nos foi escondido, ou silenciado, que não conhecemos e tememos, naquilo que não podemos controlar, e tampouco nomear. Mas é também com coragem que entendemos que no mesmo lugar onde encontramos nossa dor, encontramos também nossa força, pois é dentro da própria ferida que achamos a sabedoria para curá-la. Portanto, as práticas do ANCORAR são um convite a abrir novos espaços, ancorar potências e liberar tensões desnecessárias, resgatando o prazer em habitar nosso próprio corpo.
Foto/Photo: Biel Basile
Corpo Antena
Pat Bergantin
Corpo Antena é uma prática corporal que aborda o corpo enquanto um dispositivo de conexão, que tem a potência de captar, transmitir, transduzir, modular e sintonizar. Atuando no campo das micropercepções, aguça os sentidos para o que move (em) nosso corpo aqui-agora, reativando circuitos que antes pareciam bloqueados ou apagados. Descolar para deslocar. Frequentar frequências. Mover e ser movida com aquilo que está pedindo passagem, acolhendo a vibratilidade visível, invisível e imprevisível daquilo que nos move. Para ser canal, meio, mídia é preciso sintonizar a percepção de corpo-campo, reconhecendo que não existe atravessar sem ser atravessada e que essa travessia é um jogo de forças. A continuidade da prática encaminha para uma integração tanto de aspectos físicos, mentais e emocionais, quanto sociais, ancestrais e espirituais, e é indicada a qualquer pessoa que se interesse pela proposta, independente de sua experiência com dança.
Foto/Photo: Amanda Morais
Corpo Multidimensional
Guto Macedo
A proposta do Corpo Multidimensional é criar corpo no entrecruzamento do visível e do invisível, do dentro e do fora, do que toca e é tocado no soma (corpo de si), transpondo limites entre o perceptível e o imperceptível. Nessa abertura perceptiva, cada ume com suas próprias multi-imagens de corpo, tece devires, onde o tempo cruza o espaço, o passado ressoa no presente e novos esquemas somáticos emergem.
Dança Microscopicopolítica
Milene Duenha
Partindo da premissa de que as transformações na dimensão coletiva se referem a uma lógica recíproca de transformações que se dão nos corpos que a compõe, essa prática de ativação microscópica se volta ao cultivo das potencialidades sensíveis do corpo. A partir reconhecimento de que não sabemos tudo o que pode um corpo e pela provocação de uma modulação da atenção às vibrações de existências microscópicas, busca-se o refinamento perceptivo para as emergências, como potência de vida, que se dão nas inter-ferências entre os corpos do ambiente. Essa prática é operada por uma ética das relações que envolve um redimensionamento da atenção para as velocidades e intensidades do menor e seus aspectos de ingovernabilidade.
Foto/Photo: Amanda Morais
Práticas de Ajuntamento
Mariana Pimentel
Práticas de Ajuntamento experimenta as poéticas do aglutinar-se. Ativa práticas de reciprocidade através da presença meditativa, de pequenas danças e do fluxo livre de movimento entre umes e outres. Reúne vivências que convocam o corpo coletivo e expressão de sua presença nos diversos espaços e camadas que compõem a corporalidade.
Práticas de Sintonização e Inventário
Naiá Delion
As Práticas de Sintonização tomam como ponto de partida a relação entre corpo e gravidade e propõem dedicar tempo para o mapeamento dos apoios do corpo no chão, dos apoios no ar ou em outro corpo, em pausa ou em movimento. Trata-se de acessar tecidos ósseos, musculares, elásticos e pele para investigar a fractalidade e a multidirecionalidade do movimento, dispondo o corpo para relacionar-se com o imponderável. As Práticas do Inventário tomam como ponto de partida algo que foi vivido. O mapeamento dessa experiência vai se afinando de fora para dentro até poder novamente incluir a relação do corpo com o campo gravitacional. Através do convite a este inventário singularizado, a proposta é que se possa abrir espaço para uma apropriação das vivências que permita disponibilizá-las como ferramentas para a investigação de cada ume.
Práticas de Tra[d]ição
Manoela Rangel
Trair - A que sabe suspender o que sei sobre como me movo que caminhos percorro quem penso que sou ato voluntário de abrir fenda no tempo - Eu me desterritorio me desconheço sou movimento que toma formas cambiantes nômades - o que me move talvez seja um falso enigma - interessa o estado continuado de não saber a respeito do que sei de mim acompanhando o que deste sistema a que chamo Eu vai sendo feito - trair me e criar nova tradição trair me é criar outra tradição o que me move enquanto Eu descanso circuitos do sistema nervoso da rede de fáscias ser movida não mover >> o que se move através de mim e comigo quando algo em mim / me move - diminui o volume do que conheço de eu-agente >> aumenta o volume de agentes-outras [múltiplos de/em mim?] diminui o volume do desejo-objeto aumenta o volume da disponibilidade-desejo e assim des canso.
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AND Collective Practices
Fernanda Eugenio & AND Collective
These practices may eventually integrate the Programming of our Space, and some are also open in our Calendar for requests to schedule experimental sessions online.
CARE PRACTICES
Fernanda Eugenio, Iacã Macerata, Ruan Rocha & collaborations from Mariana Ferreira
The Practices of Care consists of the experiential investigation of the applications of MO_AND in Clinical practices with the subjectivity and, reciprocally, in the explicitation of the dimension of care and clinical sense inherent in the exercise of MO_AND. They unfold from the interest in investigating the effects of care and the production of subjectivity present in the practices of MO_AND, experiencing the potential modulation of the materiality of subjective functioning, as well as performing a sensitive and situated approach to subjectivity as corporeality.
At the injunction between ethnography, art, subjectivity studies, psychology, collective health and psychoanalytic clinics, MO_AND turns out to be a conceptual and methodological resource for the production of care. Based on the reciprocity between MO_AND and practices of care, we seek to conceive, formulate and propose tools for the operation and collective production of care.
The possibility of the transversal clinical use of the tools of MO_AND forges a notion of care that deviates the notion of cure from its usual function of restoring order, by being able to (re)perform, each time, the tuning between the self and its environment, between the self and the other, between the singular and the common, between the individual and the collective, between the intimate and the political. In addition, it displaces care practices from the technical action of the specialist - from the formal knowledge prior to the relationship, re-situating them as ethics implied in and of the common, that is, as a modulation of the politics of coexistence. Such a notion of care therefore encompasses and inoculates healing as a practice of curation, placing on the same plane of reciprocity the continuous and ever-situated handling of the collective forms of the Event and the infinitesimal forces of Desire.
It is a network of assemblages that becomes a relational space or territory of relation, constituted by three mutually implied planes: the between-self/among-selves, a relation from self to self, in each living person involved; the among-us, a relation among-us, living persons involved; and the among-many, a relation among living persons and artifacts, landscapes, inhuman elements.
Traditionally used to produce sense-meaning, care practices are here re-generated to produce a sense-direction of creation and co-implication between the care of the self and the care of the geographic, social, and political environment. To the extent that they emerge as a modulation of living together, they (re)perform the self and the surroundings in a co-emergent way, turning themselves into a policy of reciprocity in the relationship with the Event: they decentre the narrative of the subject that explains or is explained, allowing a transfer of protagonism to the event. The Care Practices thus reposition the subject from the plane of the explicable to the plane of the unexplainable, therefore to the plane of implication.
Within the AND Lab, the Care Practices are researched in a variety of ways, subdivided between regular and durational practices with regular MO_AND members and practitioners, and those researched with participants in AND Lab activities and propositions throughout the year. They are currently distributed in 6 areas of incidence:
1. Inter-repair (among members of AND Care)
Research-meetings between members of AND Care that are dedicated to inventorying the analytical effects and subjective repositioning emerging from practices of care with MO_AND. It is constituted in an extended network of support and testimony, which cares for the caring, accompanies the accompanying, assists the assisting, handling affections longitudinally to the activities, workshops, meetings, courses and workshops of the AND Lab. In these meetings we also research the explicitness of a transversal plan, highlighting the implications and co-incidences between AND Care within AND Lab’s constellation, coming up with questions, formulations and in-situ propositions-interventions.
2. Inter-repair (with the AND_Lab's Direction)
This is a research-proposition-intervention with AND Lab's Direction, where we collectively exercise the Reparar (in)the multiple modulations between AND Lab, its members, and the activities they develop, attending themes related to sustainability, strategic sensitivities and planning, and reparative care.
3. AND Collective Meetings
Every two weeks we research the effects and interventions of in situ curatorship in the scope of the AND Collective, tracking processes that involve the AND Lab's clusters in Brazil and regular members of the AND Lab.
4. Individual Listening-Game
The Individual Listening-Game is a research practice and has been simultaneously constituted as a practice of care that adopts the Modus Operandi AND as a modulator of listening. This game is practiced based on a given experience participants have had while practicing MO_AND. It is aimed at regular or sporadic practitioners of MO_AND, provided they have had previous contact with the methodology. The Listening-Game is inspired by the methodology of the cartographic interview, in order to co-produce a sensitive experience based on a situation experienced during a given game. It adopts the Reparar (in) the experience, exploring its What, How, When-Where. The Listening-Game consists of a game of position-with the subjective contents mobilized in play. It can be initiated at any moment by any practitioner of MO_AND.
5. Conversation-Game
The Conversation-Game is an experiential research proposition that adopts the Modus Operandi AND as modulator of the Conversation, turning it into a game. It turns out to be an unfolding of the board plan to the conversation plan, whose limits are no longer physically traced by a tape, but felt by the tangibility of speech and listening. The Conversation-Game aims to research the different modulations of speaking and listening, and how they contribute to the constitution of a conversation as the plane of conviviality. In the Conversation-Game, speaking is performed as a position, and listening, as Reparar, engendering the common ground as made by speech and listening. As a research practice, it is inscribed as a tool for group practices of care and can be practiced together with the propositions of the AND Lab, in courses, workshops and laboratories.
6. Inter-institutional research with the Fluminense Federal University / Brazil
Research conducted between AND_Lab and the Department of Psychology of the Institute of Humanities and Health of the Fluminense Federal University, entitled "The caring dimension of MO_AND: contributions to a territorial clinic", which investigates the experience of the practice of MO_AND from the enactive approach of Francisco Varela. The research seeks to validate the practice of playing MO_AND as a practice of transformation, producer of care and training for care, circumscribing the relationship between Modus Operandi AND and the subjective experience.
The care dimension of MO_AND - II Bienal Game and Education 2020
MO_AND as an Ethical Competence Game
Re-mediation Practices
Fernanda Eugenio, Manoela Rangel & Pat Bergantin
They constitute themselves as a field of sensitive investigation of ways to (re)connect artistic-somatic practices, a politicized spirituality and a spiritualized politics.
As a political gesture of reconnecting what dual thought inscribed as separate, the Practices of Re-mediation become practices of en/incorporation of de-scission, (a)firming the connection with other fields and integrating the planes that modern thought crystallized as 'natural' and 'supernatural'. This will be the same as sensitively remembering that everything that is outside is inside, and vice-versa, in an exercise of radical dis-identification and transitionality of the Self.
Starting from the resources and tools that compose Modus Operandi’s Body-Territory Practices, especially the practices of sensorial (auto)ethnography, ANDbodiment and the Games of Compearance, the artists proposed to accompany one another mutually "moving forces", in order to investigate more closely manifestations of the ethereal order that had been becoming frequent when such games were activated at MO_AND workshops and labs.
With the desire to re-know (to know anew) what we (don't) know - this plane in which spirituality, nature and ancestry form an undivided whole - the research was anchored in the double valence of the operation of re-mediation: to re-mediate is to gather back together what was disconnected, and it is also to heal, to fix and/or remedy. This double sense appears when we give way to three contemporary unfoldings of the Event/Accident: the body that is crossed (immediate form), the body that crosses (force-affect), and the crossing body (channel). When the three bodies come together in a transversal state, what seemed to be disconnected can re-link again. The healing of re-mediation, so far, has also manifested itself into three modulations: healing through cutting, healing through antidote, and healing through gift.
Proposing to search, in our own body-territories, the spectrum of vibrational frequencies that traverses and constitutes us, the Re-mediation Practices interrogate, through experiencing, the possibility of tuning into the co-participatormultidimensionality of Life, to giving way to its manifestation, and of being there for it, with an active capacity to feel it, honor it, and acknowledge it.
The practices are shared, in individual or collective sessions, through the activation of a circuit that goes from the 'waters of the Earth' - the Lake, the Sea, and the River - to the 'waters of the sky' - the Rains, inviting participants to experience and operate micro-gestures of re-mediation in their own energetic fields.
Three means run through the exercises: the 'means of liberation' - locating and unlocking access keys to build the 'body of crossing'; the 'means of channeling' - exercising oneself as a transpersonal channel and constituting a field for the appearance of the issue to be healed; and the 'means of service' - unblocking possible healings and making available paths for gestures of repair that may, through concretization in the smallest details - little by little - reverberate more vastly.
Ancorar
Flora Mariah
Ancorar is a body research practice focused on investigating more specifically the pelvis, which has been developed by Flora Mariah as an unfolding of the RABA POWER project, in an attempt to organize and deepen all the material raised since 2018. Our hips carry layers and more layers of history, ours and our ancestors that are passed down from generation to generation. It is a historically marginalized zone of the body, which makes us share incarnations of violence and silence. The bet of this research is that through work focused on the pelvis, we can access memories, release tensions and traumas and reconnect with what gives us both mechanical and emotional support. Working on our foundation and understanding its structural connection with the body as a whole gives us the necessary support to support our choices, our directions and our desires in life. Diving into this sea and moving these waters so deep is a movement of self-rescue, but not only is it also part of a collective process of healing and decolonization of our bodies. A dive that requires courage to touch what hurts, what has been hidden from us, or silenced, what we do not know and fear, what we cannot control, and neither name. But it is also with courage that we understand that in the same place where we find our pain, we also find our strength, because it is within the wound itself that we find the wisdom to heal it. Therefore, the practices of ANCORAR are an invitation to open new spaces, anchor powers and release unnecessary tensions, rescuing the pleasure in inhabiting our own body.
Foto/Photo: Biel Basile
Antenna Body
Pat Bergantin
Antenna Body is a corporal practice that approaches the body as a connection device, which has the power to capture, transmit, transduce, modulate and tune. Acting in the field of micro-perceptions, it sharpens the senses for what moves (in) our body here-now, reactivating circuits that previously seemed blocked or erased. In order to move with what trespasses through our bodies, either visible, invisible or unpredictable, it is necessary to tune our channel into the perception of body-field, recognizing that there is no crossing without being crossed and that this path demands a circuit handling. The continuity of the practice leads to an integration of physical, mental and emotional faculties, as well as social, ancestral and spiritual faculties, and is designed for anyone interested in the proposal, regardless of their experience with dance.
Foto/Photo: Amanda Morais
Multidimensional Body
Guto Macedo
The proposal of Multidimensional Body is to create body in the intersection of the visible and the invisible, the inside and outside, what touches and is touched in the soma (body of itself), crossing limits between the perceptible and the imperceptible. In this perceptive opening, each one with its own multi-images of body, where time crosses space, the past resonates in the present, and new somatic schemes emerge.
Microscopolitics Dance
Milene Duenha
Starting from the premise that the transformations in the collective dimension refer to a reciprocal logic of transformations that take place in the bodies that compose it, this practice of microscopic activation turns to the cultivation of the body's sensitive potentialities. From the recognition that we do not know everything that a body can do, and through the provocation of a modulation of attention to the vibrations of microscopic existences, the perceptive refinement is sought for the emergences, as potency of life, that occur in the interferences among the bodies of the environment. This practice is operated by an ethics of relationships that involves a redimensioning of attention to the velocities and intensities of the smaller and its aspects of ungovernability.
Foto/Photo: Amanda Morais
Practices of Gathering
Mariana Pimentel
Practices of Gathering are an experiment with the poetics of clustering. It activates reciprocity through meditative presence, small dances and the free flow of movement among people. It brings together experiences that invite the collective body to express its presence in the different spaces and layers that compose our corporeality.
Tuning & Inventory Practices
Naiá Delion
The Tuning Practices take as a starting point the relationship between body and gravity and propose to dedicate time to map the body supports on the ground, the supports in the air or in another body, in pause or in movement. It involves accessing bone, muscle, elastic and skin tissues to investigate fractality and multidirectional movement, with the body being able to relate to the imponderable. The Inventory Practices take as a starting point something that has been experienced. The mapping of this experience is tuning from the outside to the inside until it can again include the relationship of the body to the gravitational field. Through the invitation to this singularized inventory, the proposal is that one can open space for an appropriation of the experiences that allows them to be made available as tools for the investigation of each individual.
'Tra(d)ição' Practices ("betrayal-tradition")
Manoela Rangel
Betraying - The one who knows how to suspend what I know about how I move which paths I walk who I think I am a voluntary act of opening a crack in time - I deterritory myself I don't know myself I am movement that takes changing nomadic forms - what moves me is perhaps a false enigma - it matters the continued state of not knowing about what I know about myself following what is being done in this system that I call I - to betray myself and create a new tradition to betray me is to create another tradition which moves me while I rest circuits of the system nervous of the fascia network to be moved not to move >> what moves through me and with me when something in me / moves me - decreases the volume of what I know of agent-self >> increases the volume of other-agent [multiples of /in me?] decreases the volume of desire-object increases the volume of availability-desire and thus I rest.
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