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'HOW?' (Artefacts)

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Occupations-Exhibitions

Fernanda Eugenio

Since 2019




(sorry for the inconvenience: we are still working on this translation)





III Exposição-Ocupação AND 

Ninho e Bando 

Fernanda Eugenio & Coletivo AND + convidades

20 a 22 de setembro 

sexta 19 às 22h | sábado e domingo, 16 às 22h

espaço alkantara | entrada livre



Instalações:

Ninho | videoperformances + proposições participativas

Bando | performance duracional

Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis | objetos têxteis inspirados na série em vídeo homónima do AND Lab e no Modo Operativo AND)


Lançamento:

hANDbook  (tradução para o inglês da Caixa Livro AND)

+mostra de objetos gráficos do AND Lab e conversa 


Performances:

Terceiro Corpo 

É um tipo de magia









PROGRAMA



20 SET, sexta

Exposição-Ocupação aberta à visitação das 19h às 22h


19h às 20h 

lançamento: hANDbook, tradução para o inglês da Caixa-Livro AND

tradutores: Ana Dinger e José Roseira

Edição: Fada Inflada

 

20h30 às 21h30 

conversa: Modo Operativo AND, entre a investigação artística e as práticas de cuidado-curadoria de outros mundos possíveis

com Ana Dinger, Fernanda Eugenio, Carlos Oliveira, Liliana Coutinho e Sílvia Pinto Coelho 



21 SET, sábado

Exposição-Ocupação aberta à visitação das 16h às 22h


16h às 16h45

Visita-guiada às instalações Ninho & Bando

com Fernanda Eugenio

(com tradução em LGP)


17h às 21h

ativação duracional da instalação humana Bando

com Fernanda Eugenio (direção, criação e performance), Ana Corrêa, Bernardo Chatillon, Constança Carvalho Homem, Dai, Henrique Antão, Manoela Rangel, Mariana Pimentel, Nadiana Carvalho (co-criação e performance); Maria Khadidja e Rodrigo Sonoro (paisagem sonora ao vivo)


21h30 às 22h

Terceiro Corpo (excerto), performance de/com Mariana Pimentel



22 SET, domingo

Exposição-Ocupação aberta à visitação das 16h às 22h


16h às 16h45

Visita-guiada à instalação têxtil Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis

com es criadores, estudantes recém-formades da Escola Artística António Arroio

(com tradução em LGP)



17h às 21h

ativação duracional da instalação humana Bando

com Fernanda Eugenio, Ana Corrêa, Bernardo Chatillon, Constança Carvalho Homem, Dai, Henrique Antão, Manoela Rangel, Mariana Pimentel, Nadiana Carvalho (co-criação e performance); Maria Khadidja e Rodrigo Sonoro (paisagem sonora ao vivo)



21h30 às 22h

É um tipo de magia (excerto de O que já cá está), performance de/com Bernardo Chatillon









APRESENTAÇÃO



A Exposição-Ocupação AND traz a público uma paisagem instalativa-participativa multimodal, composta por objetos emergentes dos últimos dois anos de investigação continuada de Fernanda Eugenio & Coletivo AND no âmbito da Escola do Reparar, programa de pesquisa-criação e formação artístico-política do AND Lab.

O AND Lab é uma plataforma artística multi/indisciplinada que atua no eixo Portugal/Brasil, com base em Lisboa desde 2011 e núcleos em diversos países. Dedica-se a investigar outras possíveis ecologias de coexistência-convivência a partir do re-conhecimento das bases irreparáveis do mundo-tal-como-o-conhecemos, do exercício da responsabilidade-cuidado, e da interrogação sobre a contribuição das artes para políticas de reparação e modos de vida mais recíprocos e justos. As práticas são alicerçadas pelo Modo Operativo AND, metodologia de composição ético-estética-somático-política para reparar (n)o Irreparável.

Entre 2023 e 2024, a pesquisa dedicou-se a duas modulações do trabalho íntimo-coletivo da reparação: a re-membração (rememoração da experiência sensível da inseparabilidade e re-membramento de realidades vitais) e a restauração (rest: descanso profundo, entrega e rendição; e re-story-action: auto-reparação de ilusões biográficas enquanto investimento microscópico e situado na reparação histórica). Empenhada na criação de experiências-antídoto para os atuais afetos pervasivos-invasivos de desamparo e desencanto manifestos no esgotamento e no embotamento das sensibilidades contemporâneas, a pesquisa Rituais de Amparo & Encanto conduziu à experimentação de e com os estados de re-pouso e ninho, por um lado, e de re-voo e bando, por outro, procurando vias para desaprender mecanismos sistémicos arraigados e reconectar com sabedorias encarnadas. 

Convidamos a adentrar esta paisagem de questões a partir das instalações NINHO, que reúne videoperformances e proposições de artistas do Coletivo AND baseades no Brasil; BANDO, que ativa duracionalmente a prática-jogo ANDbodiment com membres do Coletivo AND residentes em Portugal e artistas convidades; e Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis, que apresenta objetos têxteis criados por estudantes da Escola Artística António Arroio inspirades na série em vídeo homónima do AND Lab. A exposição inclui ainda o lançamento do hANDbook, tradução para o inglês da Caixa-Livro AND, acompanhado por uma mostra de objetos gráficos do AND Lab e conversa com interlocutores convidades, e as performances Terceiro Corpo e É um tipo de magia, ambas criadas em relação com a ética e as práticas do Modo Operativo AND. 


Fernanda Eugenio, setembro de 2024









 




AS PROPOSTAS






Ninho


Instalação video+materiais. 12 videoperformances, distribuídas em 6 dípticos, aos quais correspondem 6 proposições participativas que o público é convidade a experimentar/ativar in situ


direção artística: Fernanda Eugenio

co-criação e performance des integrantes do Coletivo AND Guto Macedo, Manoela Rangel, Mariana Pimentel, Milene Duenha, Pat Bergantin e Naiá Delion 


Durante o ano de 2023, seis artistas do Coletivo AND baseades no Brasil receberam uma bolsa de criação para pesquisar, na matéria de suas próprias vidas e práticas, a relação-tensão desamparo/amparo e a habitação prolongada do estado de re-pouso e ninho. A partir de uma auto-proposição emergente, desdobraram uma via (re)encantada para passar ao estado de re-voo e bando. A documentação dessas ações experimentais serviu de base à criação de um díptico em vídeo que sintetiza o processo vivido. Cada díptico é acompanhado de uma proposta que convida o público a experimentar/ativar in situ as ações de cada artista.




Dípticos + Proposições:





Arvorar-se

Guto Macedo


Vídeo 1: 5'26" 

Vídeo 2: 1'13" 

Concepção e performance: Guto MacedoCaptação de imagens e edição de vídeo: Gabi JungPaisagem sonora: Gabi Jung

Gravação áudio: Heleno Hauer


Do-posicionar sabedoria antiga, educação somática e recentes descobertas científicas de nosso tempo, fez emergir o programa meditativo/performativo ninho/bando “ARVORAR-SE”

Abóbada celeste, copa de árvore, abraço vegetal na biosfera, reluzindo um ninho cósmico. Vejo vários espécimes a respirar, pulsar e transmutar os elementos terra, água, fogo, ar e éter em matéria e energia vital. Aproximo-me em consciência de simples presença sensorial. Percebo um mosaico de cores, sons, texturas e cheiros. Sinto-me abraçado e abraço. Recebo galhos e seiva oleosa nos poros da minha pele e meu corpo se expande. Minhas pernas e pés buscam a terra, meus braços e mãos o ar. Meu coração encandeia, meu peito se abre pulsando o fogo universal. Dentro de mim evolui o espaço, o oco de mim. Arvoro-me!

A árvore evolui o espaço! 

Giro em torno de meu eixo e meus tentáculos moventes ancoram meu ser. Sinto leveza e em espírito re-voo!





Corpo-abrigo|Corpo-tentáculo

Naiá Delion


Vídeo 1: 6'15"

Vídeo 2: 8'20"

Concepção e performance: Naiá Delion

Captação de Imagens e Montagem: Alexandre Lima


Erguer paredes de pele com o chão, abrigar-se dentro delas. Empurrando a pele para fora, fazer tentáculos de atravessar paredes. Corpo-abrigo|corpo-tentáculo convoca, através de proposições a serem sorteadas, uma experiência de passagem de um estado de permanência e aconchego a um estado de fluxo e prontidão. Permanecer e depois ir. Em bando. 






De coração lavado

Mariana Pimentel


Vídeo 1: 8'

Criação e performance: Mariana Pimentel

Colaboração artística: Milene Duenha e Letícia Sekito

Direção, montagem e trilha sonora: Fabiano Araruna 

Direção de fotografia e captação de imagens: Júlio Martins 


Video 2: 10'29"

Concepção e performance: Mariana Pimentel

Direção, captação de imagens e trilha sonora: Marcelo Sena

Montagem e edição de vídeo: Filipe Marcena

Figurino: Natália Borges/Urd Atelier

Agradecimentos: Cia. Etc, Iara Campos, Mauro Fernandes e Rapha Santacruz


Roçar, despedaçar, dilacerar, lavar. É tempo de trocar de pele. Por meio da insistência gestual, a ação transforma-se em descoberta e ritual. Em terra roxo-avermelhada, não há pressa. O corpo quer abrir uma fissura e suspender o tempo para dar passagem para as dores ampararem-se.

Ficar com o coração na mão. Deixar o coração sair pela boca. Carne estraçalhada. Sangue pisado. Quase-vida na quase-morte. As ruas vazias estão cheias. A expansão é tanta que o corpo suspende, pára, paralisa. Como num sonho, corre sem sair do lugar na tentativa de suspender a aceleração da vida para re-encantar os desejos no portal do carnaval. 






De-vir

Milene Duenha


Vídeo 1: 4'26"

Vídeo 2: 5'26"

Concepção e performance: Milene Duenha

Edição de vídeo: Luques Oliveira

Paisagem sonora: Cleber Pimenta

Captação de Imagens: Cezar Bueno, Cleber Pimenta e Milene Duenha


Fazer ninho com os avessos que nos fazem corpo. Encorajar nas dores e no pulsar do mundo. Firmar na alegria das coisas. Ninar-se no movimento da inclinação axial da Terra. Buscar impulsos e planagens, pulso de vida e horizontes. De-vir.

Essa proposição é resultante de experimentações, em um recorte de vida, dos encantos-ninhos que o mundo e o corpo podem ser. As gravações foram realizadas em duas ilhas na região sul  do Brasil, lugar onde se encontrou ouro pela primeira vez.  






Do lago, rio

Pat Bergantin


Vídeo 1: 4'30"

Vídeo 2: 2'

Concepção e performance: Pat Bergantin

Captação: Biel BasileMontagem: Pat Bergantin


Estes vídeos foram criados durante o processo de gestação e puerpério da artista, coincidindo com a pesquisa de Amparo e Encanto no âmbito do AND Lab. Através do corpo-água; líquido amniótico e leite, casa e nutrição, foram experimentados modos de amparar-se ao ser amparo de outra vida e de encantar-se pela magia dos fluidos, desde os afluentes do peito até o vulcão que dá passagem ao fluxo.





Gravitar

Manoela Rangel


Video 1: 8'

Video 2: 5'

Concepção e performance: Manoela Rangel

Captação e montagem: Zé Paiva


Repousar enquanto se voa.

Voar enquanto se repousa.

É uma conversa gravitacional.

A gravidade é quem sabe. 

Durante a licenciatura em Teatro, incomodava-me a orientação psicologizante dos métodos de interpretação. Busquei então o Circo. Foi na prática dos aéreos que encontrei o repouso da mente, enquanto o corpo tomava decisões radicais. E quando a mente atravessava (e atrapalhava) o trilho do movimento, aprendi a perguntar para a gravidade qual era o caminho mais justo a seguir. 

Dar passagem para a revoada tomar corpo, ser revoada enquanto suspensa, ser cuidada enquanto levada. Despistar a ilusão do tempo, lá no encontro encantado em/com a suspensão. 







 







Bando


Instalação humana. Performance duracional e paisagem sonora, recriadas ao vivo a cada vez, que o público é convidade a experimentar enquanto testemunha e/ou participante


direção artística: Fernanda Eugenio

co-criação e performance des integrantes do Coletivo AND Ana Corrêa, Bernardo Chatillon, Constança Carvalho Homem, Dai, Fernanda Eugenio, Henrique Antão, Manoela Rangel, Mariana Pimentel e da artista residente (abr-set 2024) Nadiana Carvalho

paisagem sonora original: Maria Khadidja e Rodrigo Sonoro


Ao longo de 2024, Fernanda Eugenio e um conjunto de artistas do Coletivo AND residente em Portugal dedicaram-se a pesquisar a operacionalidade do amparo e do encanto a partir da prática de ANDbodiment, uma das modalidades de jogo do Modo Operativo AND. Esta prática é composta por duas posições na relação: o corpo-território, que exercita o re-pouso, o deixar-se amparar e o testemunho de um processo interno de decomposição sensorial, e o cuidado-curadoria, que se coloca ao serviço do re-voo e de facilitar a manifestação do encanto, cuidando da passagem entre o invisível e o visível. Experimenta-se dar corpo transitório - matérico e imagético - às forças (in)visíveis, porém sensíveis, que (re)compõem e/ou atravessam cada Soma dentro do jogo (e à potência de Bando intra e entre-Somas). Isto é feito a partir do exercício ético do cuidado ao nível da sensopercepção, e da prática de inseparar pessoas dos rastos e restos irreparáveis que as sociedades-naturezas humanas têm deixado no mundo. Em trânsito, ocorre a comparência efémera de seres (extra)ordinários, dando acesso fugaz à multidimensionalidade do real. Enquanto performance duracional, esta versão de ANDbodiment assume-se como instalação feita do encontro (ao) vivo entre humanes e tralhas - a coleção de Irreparáveis do AND Lab - e inclui ainda outras duas posições em jogo dedicadas ao cuidado da sustentação e da trans-forma-ação do campo energético comum: uma, atuante no manuseamento e re-orientação das matérias residuais de cada ciclo do jogo, e a outra na composição-em-ato de uma paisagem sonora envolvente. O público é livre de testemunhar este processo ininterrupto e espiralado e/ou de tomar parte, ocupando uma das posições em jogo.






 









Modus Operandi AND | The hANDbook


Lançamento da tradução para o inglês da Caixa-Livro AND + mostra de objetos gráficos do AND Lab e conversa com Fernanda Eugenio, Ana Dinger, Sílvia Pinto Coelho, Liliana Coutinho e Carlos Oliveira


Textos, Diagramas, Ferramentas-Conceito e Proposições-Jogo: Fernanda Eugenio ou outres colaboradores creditades 

Desenho Editorial: Ana Dinger, Fernanda Eugenio, Fada inflada

Coordenação Editorial: Ana Dinger 

Design Gráfico: Fada inflada

Tradução e Revisão: Ana Dinger e José Roseira

Imagens: Acervo AND Lab ou outres colaboradores creditades 

Realização e Publicação: AND Lab e Fada inflada

Impressão: Maiadouro 

Apoio: República Portuguesa - Cultura / Direção Geral das Artes 






 








Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis


Instalação têxtil inspirada na série homônima do AND Lab, criada em 2021/22 para apresentar o Modo Operativo AND em 3 episódios


criação: Andreia Mestre, Assunção Gonçalves, Madalena Carvalheira, Madalena Sousa, Maria Santos, Marta Nunes, Mateus Dias, Matilde Rodrigues, Pedro Rodrigues, Raquel Fonseca, Tatiana Wang, estudantes finalistas 2023/24 em Artes Têxteis da Escola Artística António Arroio 

orientação: professores Andreia de Sá, Nuno do Carmo e Orenzio Santi; 

Acompanhamento MO_AND de/com Fernanda Eugenio, no quadro do programa AND Todes Jovens.


"O que podem as artes têxteis enquanto ferramentas de re-agregação e reencontro da integridade/unidade, frente aos tempos de fragmentação, indiferença e não-escuta que ocorrem, manifestos na contemporânea proliferação de discursos de ódio?" A partir desta pergunta-provocação, ofertada por Fernanda Eugenio à turma de finalistas em Artes Têxteis 2023/24 da Escola Artística António Arroio, juntamente com sessões de jogo do Modo Operativo AND e acesso à série em vídeo Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis, criada pelo AND Lab em 2021/22, cada estudante escolheu uma faceta social/política irreparável do mundo contemporáneo para abordar na criação do seu trabalho de conclusão de curso. O resultado é uma instalação composta por 11 objetos têxteis, cuja criação foi orientada pelos professores Andreia de Sá, Nuno do Carmo e Orenzio Santi.  









 








Terceiro Corpo


performance (excerto)

Mariana Pimentel

Duração: 30-40 min


direção, criação, interpretação e produção: Mariana Pimentel

direção e desenho de luz: Karina Figueiredo direção de movimento: Alexandre Américo 

acompanhamento dramatúrgico: Alexandre Américo e Rita Sousa Mendes

trilha sonora original: Tiago Portella Otto

figurino: Lucas Koester e Natália Borges /Urd Atelier

cenografia: Natália Borges e Mariana Pimentel 

apoio na pesquisa: Aliã Wamiri Guajajara e Nathan Gomes

visualidade: Pedro Vitu

grafismo: Maria Antonia Queiroz

fotografia: Carol Pires e Raquel Pimentel


Estar em trânsito, no entre, no entremeio, na instabilidade. O despir das alegorias como retomada. Ritualizar um reconhecimento, uma revelação. Lidar, mesmo que tardiamente, com a identidade-colagem que me constitui, com a coragem de assumir a mestiçagem violenta da qual sou herdeira, enquanto uma mulher brasileira no terceiro mundo. Inspirando-me na personagem Moema, do clássico da literatura invasora "Caramuru: poema épico do descobrimento da Bahia" (1829), relaciono-me com minhas perguntas ancestrais a partir das perspectivas do corpo-território, da regeneração e do ecofeminismo. 


Minha avó se chamava Moema, minha mãe se chama Moema e Moema quase foi o meu nome. Moema é considerada como um símbolo de uma mulher heróica, destemida e persistente, por nadar até a morte em direção à caravela do seu amado  Diogo Álvares, o Caramuru, enquanto ele partia de volta à Portugal, levando consigo a sua irmã, Paraguaçu. Caramuru manteve relações amorosas com as duas irmãs, elegendo uma delas para casar-se consigo em Portugal. Tal narrativa é abordada como se Moema tivesse nadado até a morte pelo amor não correspondido de Caramuru. Mas…por que não desconstruir a narrativa hegemônica de que Moema morreu afogada por estar em busca de Caramuru, e não pelo fato da sua irmã estar sendo levada por ele para outro continente? Por que não pensar que Moema morreu afogada por estar em busca da sua irmã e não por um amor romântico ao homem branco europeu? 





 







É um tipo de magia


performance (excerto)

Bernardo Chatillon

Duração: 30min


conceito, coreografia e interpretação: Bernardo Chatillon

apoio dramatúrgico: Fernanda Eugenio

direção de produção: Cláudia Teixeira

difusão: Produção d'Fusão

apoio à criação: Fundação GDA

residências de criação: Trust Collective, Citemor - Festival Montemor-o-Velho, O Espaço do Tempo


Excerto da peça O que já cá está, estreada em 2023. Experimenta com o mecanismo da narrativa a partir da ideia de uma dança pós-texto, para possibilitar o encontro (im)possível do passado com o futuro, do visível com o invisível e do conhecido com o desconhecido. Na atmosfera do momento presente, algo da ordem das forças se vai revelando. Uma espécie de conto, um portal que se abre a partir de uma experiência de pesca.







 








FICHA TÉCNICA GERAL


Criação, Curadoria e Direção: Fernanda Eugenio

Assistência: Henrique Antão

Co-criação e (video)performance (Ninho & Bando): Ana Corrêa, Bernardo Chatillon, Constança Carvalho Homem, Dai, Fernanda Eugenio, Guto Macedo, Henrique Antão, Manoela Rangel, Mariana Pimentel, Milene Duenha, Nadiana Carvalho, Naiá Delion, Pat Bergantin 

Paisagem sonora (Bando): Maria Khadidja e Rodrigo Sonoro

Criação (Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis): Andreia Mestre, Assunção Gonçalves, Madalena Carvalheira, Madalena Sousa, Maria Santos, Marta Nunes, Mateus Dias, Matilde Rodrigues, Pedro Rodrigues, Raquel Fonseca, Tatiana Wang, estudantes finalistas 2023/24 em Artes Têxteis da Escola Artística António Arroio

Orientação (Manual de Sobrevivência para Tempos Irreparáveis): Andreia de Sá, Nuno do Carmo e Orenzio Santi (professores); Fernanda Eugenio (acompanhamento)

Interlocutores convidades (lançamento hANDbook e conversa): Ana Dinger, Carlos Oliveira, Liliana Coutinho, Sílvia Pinto Coelho

Visitas-guiadas: Fernanda Eugenio e Coletivo AND; estudantes e professores Escola Artística António Arroio

Tradução em LGP: Deolinda Grilo

Grafismo: Alexandre Eugenio

Registo audiovisual: Gabriela Jung (Brasil) e Inês T.Alves (Portugal)

Fotografia: Raquel Pimentel 

Produção e Comunicação: Luís Fernandes

Gestão: Rita Maia

Residências de Investigação-Criação: Casa Amarela (Guapimirim, Rio de Janeiro); Espaço AND Lab (Lisboa); Trust Collective (Barril de Alva)

Acolhimento: espaço alkantara

Patrocinador vinho: Casa de Mouraz

Agradecimentos: Conservatório de Música de Sintra; Laboratório

Apoio: República Portuguesa - Cultura / Direção Geral das Artes; Polo Cultural Gaivotas-Boavista / CML


Classificação etária: 

M/16 anos


Acessibilidade:

Tradução em LGP disponíveis nas sessões de visitas-guiadas indicadas no programa. 

Com a excepção da instalação Ninho, o programa é acessível para pessoas com mobilidade condicionada.


AVISO:

Durante o evento, haverá recolha de imagens para fins de registo, documentação e divulgação do projeto.






 





Um pouco da história das Exposições-Ocupações



Tornando acessível aquilo que normalmente está nos bastidores como os meandros da pesquisa artística, a dimensão de montagem e desmontagem de uma exposição, a presença constante dos corpos, agentes humanes e não-humanes que compõem e produzem esse enquadramento espácio-temporal, as exposições-ocupações se propuseram enquanto exploração das modulações do encontro em situação.


Agregando um conjunto variado de contribuições, a proposta tinha sobretudo a intenção de permitir uma progressiva habitação do espaço, com restos, rastros e traços dos processos que ali iam sendo vividos, das investigações-criações in situ e das insuspeitas possibilidades de reunião que um ambiente mobilizado, ao mesmo tempo, pela presença constante e pelas portas abertas pode oferecer - eventualmente vindo a se proliferar no entorno geográfico e social envolvente aos espaços de acolhimento.


A iniciativa teve início em 2019, em duas edições (a primeira em abril, no Mira Artes Performativas, Porto; e a segunda em dezembro, no RuadasGaivotas6, Lisboa). Ambas se deram no âmbito do projeto anual "Do Irreparável: o que pode uma ética de reparação?", com o apoio da República Portuguesa - Direção Geral das Artes.


Enquanto jornada encarnada que abraçava as dimensões afetivas, singulares e coletivas, mobilizadas ante a (ir)reparabilidade do mundo, o projeto convidou ao plano das exposições-ocupações um conjunto diverso de (contra)dispositivos relacionais, tais como jogos-conversa, pesquisa-criação aberta, oficinas e performances situadas, tudo com a curadoria de Fernanda Eugenio e Ana Dinger.


No âmbito das exposições-ocupação, além de muita prática do MO_AND e da continuada pesquisa in situ do Irreparável, emergiram as vídeo-instalações O que fazem as mãos enquanto fazemos com elas + Gestos (ir)reparáveis (de Andrea Capella em colaboração com Fernanda Eugenio); uma estrutura móvel para o Jogo AND e transporte/exposição do acervo de tralhas (pelo Coletivo Gato Morto); a criação do Metálogo #6, entre o passado e o futuro (por Ana Dinger); a criação de Cidades de Vapor, edição #Saigão (por Fernanda Eugenio e Gustavo Ciríaco) e a criação de uma série de performances-para-a-câmera das Práticas de Des-imunização (por Fernanda Eugenio e Dani d'Emilia). Uma estação com objetos-síntese da pesquisa do/com o MO_AND foi sendo gestada - e proliferada - de uma exposição para outra, além da Caixa-Livro AND, que teve o seu primeiro lançamento público em Portugal neste contexto.







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