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[sobre a Escola]

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APRESENTAÇÃO


Escola do Reparar Ed#6-2025

Novo Eixo Continuado | Maio a Julho de 2025 (Estendido a Setembro para Artistas Residentes)

Chamadouros e Alumbramentos: a restituição da dádiva


O eixo continuado da Escola do Reparar 2025 propõe um programa condensado, com duração total de 3 ou 5 meses, composto por dois módulos de formação e um módulo de investigação-criação no Espaço AND Lab em Lisboa e por um módulo retiro no Espaço Trust Collective, na aldeia do Barril de Alva, Arganil, Beira Interior.


O redesenho do programa foi construído para permitir diferentes modalidades de participação, seja no programa completo (como artista residente ou como participante integral) ou apenas em alguns módulos (participações parcial ou avulsa). 


No encadeamento dos diferentes módulos, o novo eixo continuado permite construir uma relação de intimidade com o Modo Operativo AND, passando a oferecer um processo formativo completo que percorre toda a sua constelação de jogos e ferramentas, aliado a uma vivência de aprofundamento na dimensão ritual da prática. Incorpora, ainda, pela primeira vez, a possibilidade de participação como artista residente no plano de investigação-criação da Escola, num processo de criação individual em posição-com a questão-tema do ano, com acompanhamento de Fernanda Eugenio e apresentação final no AND Lab em Festa. 

 

A 6a. edição da Escola do Reparar inaugura, assim, uma redistribuição geral do programa, que passa a articular-se em dois eixos, continuado e nómada, e em 3 linhas-interfaces de relação com o Modo Operativo AND: hANDling (módulos com foco na transmissão-partilha e nas práticas-jogo), (under)stANDing (módulos com foco na investigação-criação e no cruzamento jogo-ritual), LANDscape (módulos com foco na auto/reparação e nas vivências-rituais).

CALENDÁRIO DE ATIVIDADES


(clicar nas imagens para ver detalhes separadamente, em outra janela)

understANDing


Investigação-Criação com o MO_AND
Módulo-Residência de Criação

A Linha-interface understANDing conforma um plano contínuo de pesquisa e criação com o Modo Operativo AND, no qual a metodologia dobra-se sobre si própria, a partir de uma questão-tema a cada ano, mantendo-se assim enquanto organismo vivo em constante (re)formulação. O nome understANDing aponta para um modo de investigar-criar que desvia da interpretose e da representação, comprometendo-se com a experiência direta, a sustentação do não-saber e a sintonização com sabedorias encarnadas, aquém-além da ilusão humana do ponto de vista.


hANDling


Formação no MO_AND
Módulo de Introdução & Desdobramento

A Linha-interface hANDling foca-se na dimensão (trans)formativa e de partilha do MO_AND enquanto ferramenta de mediação e composição. Oferece oficinas intensivas e extensivas de transmissão e prática da constelação de jogos e ferramentas-conceito do Modo Operativo AND. O nome hANDling convoca a mancha semântica do verbo 'to handle' para sinalizar um duplo compromisso: por um lado, com a ética do manuseamento, em contraponto à manipulação, que norteia o Modo Operativo AND; por outro, com a entrega/oferta das nossas ferramentas, criando situações de transmissão-partilha que favoreçam a sua incorporação pela via da frequentação,  da prática e do cultivo da autonomia e da singularidade de cada praticante.

LANDscape


Jornada Ritual com o MO_AND
Módulo de Aprofundamento/Vivência Imersiva

A Linha-interface LANDscape foca-se na dimensão de (auto)reparação individual e coletiva através da criação de vivências-rituais em modo retiro. Programa-paisagem construído sob a forma de jornada-ritual de trans-forma-ação, na qual o Modo Operativo AND se multiplica num conjunto de proposições somáticas e político-afetivas encarnadas mais complexas, os LANDscape convocam diferentes modulações de jogo da constelação AND, lado a lado a peças-rituais especialmente criadas, a cada vez, para propiciar a experiência sensível e vivencial da questão-tema.

MODALIDADES & INSCRIÇÕES

Participação Integral/Parcial no Percurso (Trans)Formativo do MO_AND
Participação como Artista Residente | Investigação-Criação com o MO_AND

  1. Ver o quadro de detalhes/valores das modalidades

  2. Clicar no botão da modalidade escilhida e preencher o formulário
  3. Efetuar o pagamento (se houver)

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QUESTÃO-TEMA


Chamadouros e Alumbramentos: a restituição da dádiva

A Escola do Reparar 2025, 6a edição do programa, convida a mais uma viagem de pesquisa vivencial, coletiva e encarnada à volta dos processos íntimo-coletivos de reparação. Desta vez, a proposta é adentrar a investigação pelo prisma da nova ferramenta-conceito da Restituição, uma das muitas modulações do gesto reparador, que atua lá onde o Irreparável se manifesta, em doses infinitamente variadas, como Saque ao mesmo tempo (ir)remediável e (in)compensável à dádiva vital.


Desejamos pesquisar vias para reparar Acessos sensíveis à complexa e intrincada teia de inseparabilidade pela qual co-participamos e somos co-participades, reciprocamente, em/por tudo o que há, na confiança de que um corpo de implicação política na reparação no/do Irreparável sistémico aí pode (re)encontrar a sua força de sustentação e proliferação. Reconhecendo que é ao nível do corpo-soma que o Irreparável se aloja, e que é a partir daí que faz de cada ume vetor da sua perpetuação, insistimos na investigação da questão-chave que move o Modo Operativo AND - como matar/descontinuar o sistema em nós sem morrer? - enquanto compromisso com um trabalho interminável de re-orientação dos nossos modos de existir, relacionar e habitar na direção do respeito e do honrar da Vida. 


Des-anestesiar e restituir a sensibilidade ao acontecimento enquanto dádiva - aquilo que se dá, fazendo-se, num só gesto, presença e presente - é trabalhar na curadoria microscópica de vidas menos ajustadas e mais justas, menos eficientes e mais suficientes, menos esgotadas e também menos embotadas. E assim, também mais disponíveis para usufruir e proporcionar usufruto, cuidar e serem cuidadas. 


Ainda, reconhecer a dádiva vai abrindo caminho para re-conhecer-se em retribuição e vai fortalecendo um corpo de recusa em continuar a participar no endosso e na reiteração de violências sistémicas arraigadas que não cessam de corromper a dádiva em dívida e dúvida no mundo-tal-como-É. De modo que restituir a dádiva, restitui também o contacto com a própria potência-agência, num processo de reconciliação íntima entre possibilidade e responsabilidade que vai permitindo a retoma da liberdade no exercício situado do dis-cernir. Demorar neste processo, saborear esta (des)aprendizagem, consiste em ir retomando a própria presença-presente, e em reclamar de volta o modo operativo espiralado do dar-receber-retribuir, reencontrando a integridade que permite fazer de cada dar um retribuir intervalado pelo receber, recebendo-se de volta também a cada vez, a partir do que se dá. Exercício de soltura e desapego; de entrega e confiança; de remediação da escuta entre diferenças radicais intra e inter-relações; de expansão afetiva e imaginativa a partir do deixar-manifestar das sabedorias encarnadas, ancestrais e cósmicas, históricas e subjetivas, que dão a consistência (consistem e co-insistem) dos agregados provisórios a que chamamos Eu, Outre e Situação. 


Na sequência de alguns anos a (des)aprender com as sabedorias do ar e dos seres alados, em que andamos a experimentar com os estados de Ninho e Bando e as suas (co)operações Re-Pouso e Re-voo, na procura de antídotos para os afetos ansiosos e depressivos do desamparo e do desencanto contemporáneos, convocamos agora, para o processo duracional de investigação-criação de 2025, as sabedorias da água e dos seres aquosos-aquáticos, e uma demora nos estados-de-encontro (por enquanto) nomeados como Chamadouros e Alumbramentos. 


Ao longo deste ano, convidamos a habitar estes estados enquanto chaves-de-portal para a sensopercepção da inseparabilidade, pesquisando, no cosmos de cada ume e do entre-muites, modos de ir reparando, por (des)integração, elos dissociados e nós de identificação. Cada qual à sua maneira, ambos são marcas do Irreparável que foram bloqueando o Acesso intensivo-extensivo à integridade multidimensional que constitui, apenas com variação de escala, ao mesmo tempo cada vivente e o entre-tecido do Vivo.


No plano dos Chamadouros, desejamos experimentar modos interespecíficos de comunicação e co(n)sentimento, aquém-além da linguagem verbal, do gestuário e da expressividade humanos. No plano dos Alumbramentos, frequentar (co)operações entre Vislumbre e Deslumbre que nos possam abrir passagens relacionais, transversais à ilusão do tempo linear, para a vibratilidade encantada e (im)permanente do Fundo Comum da Vida, o desconhecido-desconhecível escondido no óbvio de tudo que existe. 


Fernanda Eugenio

Lisboa, março de 2025

FICHA TÉCNICA


Direção, Concepção e Facilitação: Fernanda Eugenio

Assistência de Direção: Mariana Pimentel 

Co-facilitação: Mariana Pimentel e Manoela Rangel 

Design e Plataforma Digital: Alexandre Eugenio

Documentação Audiovisual: Inês T. Alves 

Produção: Luís Filipe Fernandes

Gestão: Rita Maia

Parcerias: Trust Collective, Quinta da Rosa

Tradução Simultânea: Camila Ganc

Apoios locais: Centro Social Paroquial de Côja, Junta de Freguesia de Côja e Barril de Alva, RIJU Coja

Apoio: Direção Geral das Artes - República Portuguesa - Cultura

LINKS & BIOS


LINKS RELEVANTES

Sobre a Escola do Reparar

Sobre o Modo Operativo AND 

Site da Trust Collective

(parceira do AND Lab e sítio de acolhimento do retiro LANDscape)


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